Desfile das Escolas de Samba de Maquete: Uma Competição Carnavalesca em Miniatura


O Desfile das Escolas de Samba de Maquete constitui uma competição carnavalesca, apresentada no formato de uma parada com maquetes inspiradas nas escolas de samba tradicionais. As organizações que participam desses eventos são denominadas escolas de samba de maquete.

Desde 2014, as competições têm sido realizadas por meio de transmissões em vídeo dos desfiles na internet.[2] Embora as maquetes ainda possam ser apreciadas em exposições físicas, a transição para o meio digital ampliou a visibilidade do evento, fazendo com que o desfile seja reconhecido como uma manifestação carnavalesca virtual.[3] Entretanto, é importante não confundir as escolas de samba de maquete com as escolas de samba virtuais, apesar de algumas agremiações terem transitado entre essas categorias ou mantido ambas as identidades recreativas.

Histórico

Renato Cabral e William Aniceto Ferreira são os primeiros artistas conhecidos por criarem maquetes carnavalescas. Ambos iniciaram nessa arte aos 14 anos de idade.

Em 1978, inspirado pela concentração da escola de samba Arranco, Renato Cabral confeccionou sua primeira maquete com o objetivo de aprimorar suas habilidades carnavalescas. Sua carreira no Carnaval tradicional se consolidou, e em 1984 ele criou sua última maquete antes de uma pausa, retornando à atividade de maquete somente em 2016.[1] O trabalho de Renato ganhou destaque através de uma matéria veiculada pela TV Manchete em 1984.

Ainda em 1984, William Ferreira começou a desenvolver suas elaboradas maquetes carnavalescas, inspiradas em miniaturas que confeccionava desde criança para lazer. As maquetes eram acompanhadas por sambas compostos por ele mesmo. William conseguiu expor suas escolas de samba de maquete em diversas exposições, atraindo a atenção de mídias como o Jornal O Globo e a Rádio Rio de Janeiro.

Com o tempo, mais artistas passaram a se dedicar ao carnaval de maquete, e iniciativas para formar ligas competitivas surgiram nas décadas seguintes. Em 13 de maio de 1999, foi fundada a ADESM (Associação Das Escolas de Samba de Maquete), e o primeiro desfile competitivo ocorreu em 2000, com a participação de 12 agremiações fundadoras: G.R.E.S.M. União Metropolitana, G.R.E.S.M. Acadêmicos de Vila Imperial, G.R.E.S.M. Imperatriz de Paraty, G.R.E.S.M. Império de Petrópolis, G.R.E.S.M. Colibri, G.R.E.S.M. Acadêmicos da Ilha, G.R.E.S.M. Mocidade Independente do Leme, G.R.E.S.M. Unidos do Boa Vista, G.R.E.S.M. União da Gávea, G.R.E.S.M. Unidos das Acácias, G.R.E.S.M. Águia Dourada e G.R.E.S.M. Encantado de Pilares.[4] O primeiro desfile foi marcado por homenagens das escolas de maquete aos 500 anos do Brasil.

A Liga Atualmente Independente da Mini Escolas de Samba (LAIMES) foi fundada em 1º de agosto de 2012.[5] A partir de 2014, a União das Escolas de Samba de Maquete (UESM) também passou a organizar desfiles realizados duas vezes ao ano (abril e outubro), e após as transmissões oficiais, os vídeos permanecem disponíveis ao longo do ano no YouTube.

Funcionamento

As agremiações são compostas por grupos de artesãos que replicam desfiles reais em uma escala reduzida, utilizando bonecos no lugar dos integrantes humanos e confeccionando alegorias em dimensões menores (mínimo de 15 centímetros). Os critérios de avaliação seguem os mesmos dos desfiles de Carnaval tradicionais, exceto pelas categorias de bateria e samba-enredo: harmonia, enredo, fantasias, alegorias, mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente e evolução. Os três últimos quesitos, que avaliam passos e movimentos, devem ser apresentados por meio de animação em stop-motion.Os desfiles são transmitidos no site oficial e nas redes sociais das ligas.

Segundo a UESM, as apresentações devem ser “desenvolvidas a partir do uso de maquetes e bonecos em miniatura que simulam, adaptam e recriam o modelo de desfile das escolas de samba do Carnaval real”.

Nas maquetes, os bonecos substituem os integrantes das escolas e as alegorias são confeccionadas em uma escala 25 vezes menor.

Regras

  • Enredos: Devem ser originais, porém o samba-enredo pode ser uma adaptação de sambas de escolas reais, desde que com autorização prévia.
  • Fantasias: Devem ser confeccionadas para bonecos com no mínimo quinze centímetros de altura.
  • Sambódromo: Deve ser montado pelo próprio participante, obedecendo a normas específicas, como ser feito de isopor e ter dimensões mínimas de 2 metros de comprimento por 30 centímetros de largura.
  • Duração do Vídeo: O vídeo do desfile deve ter entre 20 e 30 minutos de duração.
  • Critérios de Avaliação: São os mesmos do Carnaval tradicional (exceto bateria e samba-enredo), incluindo harmonia, enredo, fantasias, alegorias e adereços, mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente e evolução.

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